Para explicar esse dia regado de
tabus e preconceitos, resolvi realizar uma apresentação de slides com
informações históricas para que os alunos pudessem sair do “senso comum” e se
ampararem a informações científicas sobre essa data.
Atrelei essas informações
científicas a minha vivência no Canadá, pois presenciei de perto essa cultura
bilionária que acima de tudo gera empregos e possui uma lucratividade muito
grande, em que algumas famílias vivem apenas desta data.
Para começar, gostaria de salientar
que essa data não é religiosa e como vivemos em um “país laico”, escrevo entre
aspas pois na prática não é isso que acontece, o profissional da educação, pode
trabalhar as questões culturais desta festa.
Eu particularmente acho extremamente
importante o Professor trabalhar questões culturais, visto que, a visão de
mundo dos alunos aumenta e, com isso, o senso crítico e reflexivo desde cedo se
desenvolve.
A historiografia nos mostra que a
celebração, conhecida atualmente como Halloween, é uma tradição dos antigos
celtas que comemoravam o fim do verão, no dia 31 de Outubro. Este dia era
nomeado como “Festival Shamhain” e a
população festejava o final da terceira e última colheita do ano, o retorno dos
rebanhos para o pasto e a renovação das leis celtas.
Além disso, os celtas acreditavam
que na noite do dia 31 de Outubro as pessoas que já faleceram poderiam voltar
para a terra. Essa era uma crença e, nós historiadores, entendemos que era uma
crença da época, assim como atualmente muitas pessoas creem em “céu” e
“inferno”. Por conta dessa crença,
Halloween é a abreviação, ou o jeito
rápido de falar a palavra “all hallow’s even”, que segundo sua etimologia
significa “noite de todos os santos”.
Muitos símbolos foram e são criados
para contribuir ao senso comum. Um desses símbolos é o cadeirão. Atualmente,
quando se pensa nesta peça, logo imaginamos uma bruxa fazendo poções mágicas e
feitiçaria. Desenhos infantis, contribuem muito para esse imaginário, afinal
sempre associam a bruxa a um caldeirão. Entretanto
este caldeirão era uma peça decorativa, e apenas isso na cultura céltica.
Outro símbolo é o gato preto.
Durante a Idade Média as pessoas acreditavam que o gato, que não era originalmente preto, ficava preto pois
uma bruxa o transformava e, por isso os “pobrezinhos” chegaram a entrar na
lista da inquisição, acusados de serem hereges. Até hoje os gatos sofrem em
datas como Halloween, ou sexta-feira santa em que o número de mal tratos,
incluindo a morte aumenta consideravelmente.
Em relação as abóboras, elas fazem
referência a um folclore irlandês, que trazia o Jack como protagonista dos
fatos. Já a tradição “Trick or Treat” também se originou na Irlanda, em que, as
crianças celtas iam de casa em casa vestindo roupas extravagantes e pedindo
provisões para as comemorações de Halloween em nome da deusa Muck Olla.
Os celtas acreditavam que o único
modo de apaziguar os espíritos do mal era oferecer comida para ela. Quem se
recusava a ajudar sofria com as “travessuras” da deusa. Já hoje, quem aplica o
castigo são as próprias crianças.
Você deve estar se perguntando, mas
cadê a imagem da bruxa, afinal a tradução de Halloween atualmente nada mais é
do que “Dia das Bruxas”. Então vamos lá, Roma até chegou a celebrar o Halloween
algumas vezes antes de Cristo, mas depois a festa foi intitulada como pagã e
proibida pela Igreja Católica que apelidou a celebração como Dia das Bruxas e
até hoje as pessoas a chamam assim.
É bom lembrar que aos olhos da Igreja Medieval, era muito lucrativo acusar as mulheres de bruxaria, já que os tribunais do início do século XVII tinham de ser auto-suficientes e, os condenados por feitiçaria (ou os seus familiares), pagavam do seu bolso cada ato de punição e cada banquete dos juízes, mesmo aqueles que eram declarados inocentes, como aconteceu em 1676, com a alemã Chatrina Blanckenstein. Por isso, esse imaginário de bruxa e bruxaria sempre foi muito lucrativo para a “Santíssima Igreja Católica”.
É bom lembrar que aos olhos da Igreja Medieval, era muito lucrativo acusar as mulheres de bruxaria, já que os tribunais do início do século XVII tinham de ser auto-suficientes e, os condenados por feitiçaria (ou os seus familiares), pagavam do seu bolso cada ato de punição e cada banquete dos juízes, mesmo aqueles que eram declarados inocentes, como aconteceu em 1676, com a alemã Chatrina Blanckenstein. Por isso, esse imaginário de bruxa e bruxaria sempre foi muito lucrativo para a “Santíssima Igreja Católica”.
Atualmente a preocupação com o lucro
mudou de mãos e de ideais. A terra do “Tio Sam” viu nesta festa uma
possibilidade de se reafirmar diante o mundo, por isso, depois da Guerra Fria,
identificou o Halloween como sendo integrante de sua cultura e, a partir deste
momento, a festa se fixou integralmente na sua cultura e pode ser considerada
como sendo uma das festas mais rentáveis para sua economia.
São muitos setores que lucram com o
Halloween, famílias que plantam abóboras apenas para esta data, vivem
exclusivamente deste faturamento. Fantasias são criadas e lançadas próximas a
este dia. Concursos de fantasias pagam milhões de dólares para as fantasias
mais criativas. A indústria de doces vende bilhões de dólares ao longo destes
dias e, por fim, a indústria do cinema lança cada vez mais filmes
aterrorizantes próximos ao Halloween ou sobre este dia.
Por conta de tudo isso reafirmo que
o Halloween é uma data comercial de vital importância para os países que
comemoram e, em nada, ofende a fé das pessoas.
* Quem quiser o arquivo, com as referências completas por favor deixe o e-mail nos comentários que assim que possível enviarei.